CEPRID

Conselhos Comunais, Conselho Federal de Governo e Comunas. A Avestruz e as Leis da Revolução

quarta-feira 23 de Junho de 2010 por CEPRID

Raúl Bracho

Aporrea

A revolução não toma o poder para melhorar a sociedade existente, mas sim para criar uma nova sociedade. Essa idéia expressada por Carlos Marx, palavra mais, palavra menos, tem em si mesma, se é cumprida ou não, o poder de termos a certeza se estamos ou não numa revolução.

A Venezuela e sua transição para o socialismo, até agora, têm sido uma sociedade capitalista, onde quem impera é o rendimento da empresa privada, causando exploração disseminada, apesar da criação concomitantemente de melhores atenções governamentais às classes mais pobres. Muitas das empresas capitalistas que tanto se opõem a nossa revolução, mostram em seus balanços financeiros os anos que obtiveram maiores lucros, que muitas vezes coincidem com o período revolucionário. A criação de novas empresas fundadas por supostos “revolucionários”, somente para que o governo não contrate empresários ditos inimigos, hoje em dia são empresas capitalistas iguais a que estamos a combater, gerando assim uma nova classe de burgueses.

Os opositores escondem sua cabeça por baixo da terra para não aceitar o destino que designam os povos. Um grande pânico afeta a todos esses empresários que ser relaciona diretamente com a promessa de Hugo Chávez Frias de aprofundar a revolução em sua marcha para o socialismo, já que está em vigor duas leis efetivas e o parlamento está discutindo outra que será o marco jurídico para o surgimento da nova sociedade socialista. . A lei dos Conselhos Comunais, que já faz tempo que foi aprovada, tem sido o marco legal que permitiu uma verdadeira revolução no processo de organização social, pois o povo se organizou, mobilizando grupos de 150 famílias dentro de seu âmbito territorial ou de trabalho e com isso apreendeu a tomar o poder para ser protagonista do desenvolvimento social, apreendeu também elaborar projetos para que o Estado financie e com isso tem obtido excelentes vitórias.

Agora bem, essa nova configuração política administrativa fundamentada no povo, se unirá formando as Comunas, cuja Lei será votada brevemente no parlamento e que permitirá a criação de empresas comunitárias socialistas, suprindo as necessidades locais e criando as condições para que tais coletividades atuem em seu próprio desenvolvimento e que serão posteriormente referendados pelo Conselho Federal de Governo, que foi criado recentemente com o objetivo maior de consolidar o poder popular e dar garantias de que haja disponibilidade dos recursos financeiros e técnicos para a transformação da sociedade.

Esse desenho político-institucional não poderá fazer outra coisa senão aprofundar o socialismo como sendo algo real, tangível, e na expressão cotidiana que esteja na mão da classe trabalhadora. Passando por cima do velho modelo capitalista, o povo terá acesso ao poder, sem precisar de Prefeituras ou Governos Estaduais, portanto podemos dizer que se está criando uma nova sociedade e ao mesmo tempo desarticulando a velha. Estamos em revolução!

Por detrás de todo o processo da organização das classes trabalhadoras, se está gerando um Partido Revolucionário e que nas próximas eleições elegerá representantes para a Assembléia Legislativa de forma direta, desde as bases. Isso deverá traduzir-se em uma grande depuração de funcionários de carreira corruptos, que por anos se impuseram como “representantes do povo”. Agora o povo escolherá seus representantes desde a base e por isso teremos um PSUV vigoroso. Essas coisas ninguém reproduz, ninguém divulga, pois a preferência é desqualificar nosso líder e semeando descontentamentos, que são apenas armas que a oposição usa ante a realidade do poder revolucionário e da nova conformação política do país.

Desarmar a estrutura burocrática antiga e fazer surgir as novas que por sua vez farão desaparecer os templos da burocracia. Nesse sentido os Ministérios e Escritórios Públicos estarão na lista de objetivos para serem substituídos por novas e revolucionárias formas de governo popular. O povo tem essa consciência e a executa. O inimigo então acode a uma imensa série de traquinagens, que nada mais são do que comédias midiáticas e que contam sempre com a cumplicidade das burguesias estrangeiras; que confabula com os juizes mais fascistas e burgueses da Espanha, porta vozes da CIA, que vão a procura dos lacaios da Colômbia, tudo articulado para poderem viabilizar sua estratégia de derrotar Chávez, antes que as forças revolucionárias infringem a eles no próximo 26 de setembro uma grande derrota, aprofundando assim as mudanças rumo ao socialismo.

Quando as empresas socialistas tenham a figura jurídica accessível às comunidades, às pessoas humildes, começará então a queda do império burguês e quando já tenham sido elaboradas as leis de mudanças estruturais pelo novo parlamento, declararemos a Venezuela como República Socialista, sem possibilidade de retorno ao velho regime. Por isso entende-se todo o ataque midiático atual! O que sucederá à Venezuela será um exemplo a seguir por outros povos. Do socialismo de Estado, chegaremos ao Estado Socialista e teremos vencido.

Os revolucionários de manual, de escritório, de mesa de bar, que em sua maioria são revolucionários pequenos burgueses, deverão definir se acompanham o povo ou seguem nas trincheiras do inimigo. A capacidade de grande estrategista de nosso comandante está assegurando um salto adiante, que não é compreensível para muitos e sem dúvida apavorante para as classes dominantes. Por isso é necessário que haja a unidade de todos que acreditam e lutam pelo processo de mudanças. Na Venezuela não há espaço para mais nada e muito menos para um chavismo sem Chávez – esse mito que fará cair as mascaras de todos que estão militando em nossas fileiras, pretendendo que tudo siga como sempre e que não assumem a revolução como ela é: um enfrentamento de classe sócias, a criação de uma nova sociedade.


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