As lições do fracasso
da revolução social na Rússia e na Ucrânia levaram um grupo de anarquistas
no exílio, o Dielo Trouda, a escrever em 1926, na França, uma proposta
de união tática e estratégica dos anarquistas, a Plataforma Organizacional
dos Comunistas Libertários. Esses anarquistas defendiam que a revolução
social e a classe trabalhadora precisavam de uma teoria coerente,
assim como de uma proposta de organização alternativa ao autoritarismo
de Estado e à Ditadura de Partido, que mantiveram posteriormente na
URSS uma estrutura de classes. Nesse sentido a Plataforma apresenta
quatro princípios para uma União Geral Anarquista:
Unidade Teórica - Definir
coletivamente a melhor estratégia para alcançar a revolução social,
objetivo comum a todos os anarquistas, para permitir uma maior coerência
do movimento.
Unidade Tática - Harmonizar
as soluções práticas a serem implementadas por seus membros, de acordo
com a estratégia comum, evitando ações desarticuladas.
Responsabilidade Coletiva
- Afirmar nossa tradição coletiva e tratar a política como um compromisso.
Cada membro é responsável pela organização, assim como a organização
é responsável por cada membro.
Federalismo - Organizar
amplamente o movimento e garantir a articulação entre as diferentes
frentes regionais. Formar um coletivo responsável, trabalhando diretamente
de acordo com as políticas gerais deliberadas pelo conjunto dos membros
da organização.
A
Plataforma propõe uma forma de organização libertária coerente especificamente
anarquista. É uma proposta base do Anarquismo especifista. Ela defende
a união dos anarquistas em torno de seus objetivos comuns e uma forma
mais eficaz de fortalecer a luta. Apresenta uma forma de organizar
as forças dipersas e acelerar o triunfo da Revolução Social.
Coletivo
Domingos Passos - Niterói, 2001.