S29 no Rio - A Arte Surreal de Denunciar!

A Clássica batida Anti-Capital e uma carioca batida funk marcaram o ritmo da passeata que saiu da Central do Brasil onde já reunia curiosos em torno. O estandarte era o saci pererê montado na mula sem cabeça. A marcha seguiu por dentro do Saara. A arte estava presente nos cartazes, bandeiras, máscaras, roupas, faixas, (!)"bumerangues" e (!!)"peixes".

Chegamos ao Centro Cultural Banco do Brasil, onde havia uma exposição de obras de surrealistas, artistas que no seu tempo denunciaram as atrocidades da Guerra, do Estado e do Capitalismo. Encontramos as portas fechadas para nós, mas algumas pessoas sairam do evento para ver o teatro. Na encenação, uma guerra em que saiam perdendo, é claro, os povos da America Latina, do Caribe, da Ásia e África.

O protesto foi contra principalmente o militarismo, o belicismo e o terrorismo, seja de estado ou fundamentalista, mas não estava ausente o protesto contra o machismo, o racismo, o imperialismo, o "capetalismo" e todos esses males dos colonizadores. Terminamos a marcha no Paço Imperial.

Apesar da irreverência, a seriedade foi mantida pela motivação do ato, num momento em que os EUA ameaçam ainda mais um povo em sua sede de Poder e Capital. Nesse momento os EUA transformam as terras afegãs em campos de teste militar. Aquecem a indústria da morte, as armas. A indústria da Guerra que fazem questão de manter em todo o mundo.

Na América Latina vemos a relação da indústria da morte com o narcotráfico. Lembremos ainda dos mercenários, assassinos e ditadores que são ou foram formados pela Escola das Américas, para servirem aos interesses econômicos e militares dos EUA, e que é hoje a Guerra ao Tráfico sua política militar e uma de suas maiores políticas econômicas para a América Latina. Tráfico do qual eles são os maiores consumidores de um lado e beneficiados do outro, através do controle social e dos lucros.

Coletivo de Estudos Anarquistas Domingos Passos - Niterói, 29 de Setembro de 2001.