A
Clássica batida Anti-Capital e uma carioca batida funk marcaram
o ritmo da passeata que saiu da Central do Brasil onde já reunia curiosos
em torno. O estandarte era o saci pererê montado na mula sem cabeça.
A marcha seguiu por dentro do Saara. A arte estava presente nos cartazes,
bandeiras, máscaras, roupas, faixas, (!)"bumerangues" e (!!)"peixes".
Chegamos
ao Centro Cultural Banco do Brasil, onde havia uma exposição de obras
de surrealistas, artistas que no seu tempo denunciaram as atrocidades
da Guerra, do Estado e do Capitalismo. Encontramos as portas fechadas
para nós, mas algumas pessoas sairam do evento para ver o teatro.
Na encenação, uma guerra em que saiam perdendo, é claro, os povos
da America Latina, do Caribe, da Ásia e África.
O
protesto foi contra principalmente o militarismo, o belicismo e o
terrorismo, seja de estado ou fundamentalista, mas não estava ausente
o protesto contra o machismo, o racismo, o imperialismo, o "capetalismo"
e todos esses males dos colonizadores. Terminamos a marcha no Paço
Imperial.
Apesar
da irreverência, a seriedade foi mantida pela motivação do ato, num
momento em que os EUA ameaçam ainda mais um povo em sua sede de Poder
e Capital. Nesse momento os EUA transformam as terras afegãs em campos
de teste militar. Aquecem a indústria da morte, as armas. A indústria
da Guerra que fazem questão de manter em todo o mundo.
Na
América Latina vemos a relação da indústria da morte com o narcotráfico.
Lembremos ainda dos mercenários, assassinos e ditadores que são ou
foram formados pela Escola das Américas, para servirem aos interesses
econômicos e militares dos EUA, e que é hoje a Guerra ao Tráfico sua
política militar e uma de suas maiores políticas econômicas para a
América Latina. Tráfico do qual eles são os maiores consumidores de
um lado e beneficiados do outro, através do controle social e dos
lucros.
Coletivo
de Estudos Anarquistas Domingos Passos - Niterói, 29 de Setembro
de 2001.