Breve história do pantera negra anarquista Lorenzo Kom´boa Ervin

Nos fins dos anos 60 Lorenzo Kom´boa Ervin era membro do Student Non-violent Coordinating Commitee in Eastern Tennessee (SNCC – Comitê de coordenação de estudantes não violentos de Tennesee Leste), e logo se vinculou ao Black Panther Party quando ambos grupos se fundiram em 1967-68.

Durante esse período quando o chamado movimento "Black Power" começava a surgir em oposição a direção reformista do movimento pelos direitos civis – no sul dos EUA e em outras partes da América do norte. Lorenzo Kom´boa Ervin estava envolvido nas atividades pelos direitos civis e contra a Klu Klux Klan em Chattanooga, Knoxville, Atlanta e outras cidades.

Quando se constitui o tribunal para julgar o "Black Power" no verão de 1968 em Hamilton Country, Tennessee, com o objetivo de investigar a SNCC e o papel do movimento emancipatório Negro no "planejamento" dos distúrbios na cidade de Chattanooga, Kom´boa foi chamado - junto a outros ativistas do SNCC – a se apresentar ao júri acusado de portar armas. Quando presumiu que a polícia e a Ku Klux Klan o perseguiam para matá-lo, se não testemunhasse contra seus companheiros, decidiu abandonar a cidade. A polícia e o FBI tinham ordens de "disparar para matar". A história "oficial" seria que Kom´boa havia sido morto ao resistir a prisão. Kom´boa se deu conta que tinha que sair do país se quisesse sobreviver.

Em 25 de fevereiro seqüestrou um avião e o desviou para Cuba desde Atlanta, mas logo foi deportado a Checoslovaquia. Agentes dos EUA o localizaram e trataram de prende-lo. Escapou, mas no final conseguiram capturá-lo e leva-lo aos EUA, apresentaram-no frente a um tribunal racista em um povoado da Georgia e o condenaram a dupla prisão perpétua..

De toda maneira não se deu por vencido no cárcere, lutou pelos direitos dos prisioneiros como seu representante sindical. Lutou pelos direitos dos negros, foi advogado na prisão e um dos primeiros entre o radicalismo negro norte americano a tornar-se anarquista durante seu tempo no cárcere.

Durante um tempo foi um dos "Marion Brothers" que eram prisioneiros políticos mantidos na infame Unidade de Controle da Prisão Federal de Marion (IL). Finalmente, sua luta e a notoriedade internacional do caso o levaram a liberdade. Milhões de pessoas tomaram conhecimento da injustiça de seu caso. Depois de quase 15 anos (1969-1983) uma campanha internacional conseguiu que o libertassem.


Após ser posto em liberdade seguiu lutando contra o racismo, a violência policial e pela liberdade de prisioneiros políticos como por exemplo Mumia Abu-Jamal. Escreveu sua autobiografia "Anos de Luta, Anos de Morte" (Years of Struggle, Years of Death).

Traduzido do inglês para espanhol por Resistencia Vencerá para La Haine

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