Não
consigo acreditar que possa existir um lugar tão contraditório
quanto a faculdade “pública", o próprio nome
é uma comédia.
Se
tomarmos público como "bem comum" a todos de um mesmo
país então o ensino superior no Brasil não é
público, cadê o populacho da escola pública de
ensino médio, que trabalha 40 horas por semana para viver e
passa noites em claro fazendo os "deveres de casa" que os
tios e tias da faculdade como uma pseudo-avaliação conteudista?
Esse
populacho não existe mais! Ou o aluno vem direto da classe
média, ou que mesmo trabalhando igual a um boi, todo dia, mas
apenas por fazer parte de uma elite intelectualóide acaba por
absorver toda uma cultura individualista e competitiva proposta pela
própria estrutura acadêmica. Quem não agüenta,
que fique pelo caminho ou simplesmente leve nas coxas as disciplinas,
com professores medíocres e seus pactos de não compromisso
que beiram o desrespeito. Porém o mais interessante disso tudo
é a postura da base da pirâmide que sustenta o empreguinho
público dessa galera. E0xiste em voga um discursinho de esquerda
cor-de-rosa que defende com unhas e dentes esse modelo institucional
de academia que temos hoje, não democrático, não
popular e muito menos tem um respaldo social considerável,
já que fazem e transmitem um tipo de ciência religiosa
e dona da verdade absoluta, que só a própria academia
tem
o
divino direito de mexer! E os "dorme-sujo" continuam passando
fome debaixo das marquises.
A
geração Fernandinho tem tanto medo ou tão pouca
ousadia na hora de fazer política que a briga mais radical
hoje é manter as coisas como estão, antes que piore!
Privatizar nunca foi e nunca será a solução para
o ensino público (e pra porra nenhuma!) no Brasil ou em qualquer
lugar, porém a nossa capacidade de por em prática nossos
discursos intelectualóides esbarra na incompetência e
na vontade de formular críticas e propostas inteligentes para
transformar o espaço acadêmico.
Podemos
concluir então que alguém está mamando nessa
teta? Alguém está ganhando com esse bando de molequinho
de classe média na faculdade e com essa forma excludente que
a academia se comparta? Seriam os nossos enroladores/pesquisadores/professores?
Duvido muito! Mas essa lógica ajuda a manter os comportamentalismos
propostos pelo meio acadêmico que são muito bem absorvidos
por esse público alvo! O tesão de pesquisar está
no status que a atividade confere, nunca poderíamos imaginar
um operário pesquisador que trabalha 40 horas por semana.
Em
uma faculdade pública de cunho popular os horários devem
ser cumpridos, sem essa libertinagem do serviço estatal, os
professores devem respeitar os alunos e sua vida difícil, o
conhecimento produzido pelos alunos tem que ser levados em consideração
e incentivados não pormenorizados como nos dias de hoje, os
horários são apertados, a didática é pobre,
a metodologia muitas vezes é porca e sem nenhuma interdisciplinaridade
e agora essa estória de provão! Tá todo mundo
abrindo as pernas mesmo! Querem o cú e ainda querem raspado!
Queremos
professores que pesquisem para servir ao coletivo e não ao
próprio ego, aulas de melhor qualidade e respeito pelo aluno!
Essa merda eu não quero! O que era produção de
conhecimento e geração de rupturas está se transformando
em uma dura sentença de quatro anos até pegarmos o diploma
para disputar e massacrar nossos "iguais" por uma merreca
mensal nesses coleginhos e cursinhos da vida!
VIVER
PARA PENSAR É FÁCIL, PENSAR VIVENDO É DESAFIO!
As
aves que voam às vezes cagam...
...e
o papagaio maroto se empoleira na sombra da ignorância alheia!
Viva
a putaria! Papagaio FREAK