Modificado
na 3ª Conferência da AGP em Cochabamba
1.
Uma rejeição muito clara ao capitalismo, ao imperialismo,
ao feudalismo e a todo acordo comercial, instituições
e governos que promovem uma globalização destrutiva.
[
antigo: Uma rejeição muito clara à OMC e a outros
acordos de liberalização comercial (como APEC, EU, NAFTA,
etc.) como ativos promotores de uma globalização ambiental
e socialmente destrutiva.]
Na
conferência de Bangalore (Índia), a oposição
ao "livre" comércio já tinha sido estendida
ao capitalismo em geral, mas a modificação foi feita
nos "objetivos" da AGP, menos conhecidos do que os princípios.
Por sua vez, em Cochabamba, os delegados nepaleses e hindus pediram
que o termo fosse acrescentado para se referir a mais imediata forma
de dominação para muitos naquela região.
2.
Rejeitamos todas as formas e sistemas de dominação e
de discriminação incluindo, mas não apenas, o
patriarcado, o racismo e o fundamentalismo religioso de todos os credos.
Nós abraçamos a plena dignidade de todos os seres humanos.
3.
Uma atitude de confronto, pois não acreditamos que o diálogo
possa ter algum efeito em organizações tão profundamente
anti-democráticas e tendenciosas, nas quais o capital transnacional
é o único sujeito político real.
4.
Um chamado à ação direta, à desobediência
civil e ao apoio às lutas dos movimentos sociais, propondo
formas de resistência que maximizem o respeito à vida
e os direitos dos povos oprimidos, assim como, a construção
de alternativas locais ao capitalismo global.
[
antigo: Um chamado à desobediência civil não-violenta
e à construção de alternativas locais pelas comunidades
locais em resposta à ação governos e das corporações.]
Esta
modificação removeu a palavra não-violenta dos
princípios. O que foi considerado mais uma mudança verbal
que de conteúdo político. O problema com a antiga formulação
foi que a palavra não-violência tem significados diferentes
na Índia (onde ela significa respeito pela vida) e no Ocidente
(onde ela significa também respeito à propriedade privada).
Este simples malentendido provou ser completamente incorrigível
na mídia e, na verdade, no próprio movimento. O movimento
norte-americano percebeu que o termo poderia ser mal compreendido,
o que não permitiria a diversidade de táticas e mesmo
contribuíria para a criminalização do movimento.
As organizações latino-americanas também colocaram
objeções ao termo em sua conferência regional
e argumentaram que um "chamado à desobediência civil"
era o bastante., ao passo que o termo não-violência parecia
implicar uma rejeição de uma enorme parte da história
de resistência desses povos e, como tal, foi impropriamente
entendido por grande porção do movimento.
Este
ponto de vista foi particularmente colocado pelos movimentos do Equador
e da Bolívia, os quais têm praticado desobediência
civil com centenas de milhares de pessoas nos últimos anos,
embora eles joguem pedras quando o exército mata com balas
(o que regularmente acontece).
De
fato, sempre houve uma compreensão da AGP que não-violência
seria entendido como um princípio/guia ou um ideal que sempre
deveria ser compreendido de acordo com situações culturais
e políticas específicas. Ações que são
perfeitamente legítimas em um contexto podem ser desnecessariamente
violentas (contribuindo para brutalizar as relações
sociais) em outro e vice-versa. De modo mais claro, o exército
zapatista (EZLN) foi convidado para estar na primeira geração
de convocantes. A expressão finalmente encontrada pareceu respeitar
esta instância fundamental, visto que ela explicitamente propõe
MAXIMIZAR o respeito à vida.
5.
Uma filosofia organizacional baseada na descentralização
e na autonomia.