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Os novos movimentos sociais na América Latina

Juan Roberto Torres Peláez
CEPRID
12 - XI - 07

Traductor: Omar L. de Barros Filho

A América Latina, depois de décadas de opressão, abusos e exploração, foi articulando novas formas de participação, gerando movimentos sociais que, junto às mobilizações e lutas, provocaram mudanças transcendentais em todo o mapa político, econômico e social da região.

Assim, em condições muito adversas criadas por décadas de neoliberalismo, ocorrem lutas sob modelos de estruturas inéditas e criativas, por exemplo: na Bolívia se articula uma nova relação entre as correntes sociais, o que permite abertura a novas formas de organização política, como é o Movimento ao Socialismo (MAS), cujos membros pertencem às diversas formas de auto-organização da sociedade boliviana (cocaleiros, c omunidades locais, Coordenadora da água de Cochabamba, entre outras), rompendo com um modelo partidário e de Estado colonial que legitimou a exclusão de quase 70% da população de raízes indígenas.

Na Venezuela, a luta social se dá desde as comunidades marginalizadas das grandes urbes, as quais estão organizadas em comitês de saúde, comitês de terras urbanas, "mesas" de água e a máxima expressão do poder popular, os conselhos comunitários, entre outros; estes serviram como centros que articulam a luta social, que é respaldada pelo governo.

Os novos movimentos sociais criticam tanto o modelo onde o capitalismo desenvolve suas relações humanas, como também questionam os vícios e erros que o socialismo real implantou na Europa. Isso ocorre na medida em que começam a identificar novas formas de opressão e exploração que vão mais além das relações de produção, como as assimetrias sociais, o consumismo, o ambiente, os problemas de gên ero, inclusive a forma com que se utiliza o tempo livre, entre outros, que se convertem em alvos de crítica que busca derrubar paradigmas e construir novas alternativas, como o socialismo do século XXI, na Venezuela, e o capitalismo andino, na Bolívia.

Esses processos possuem como característica principal a amplitude de suas lutas, que abrangem o social, político e cultural, e isso se traduz na busca de novas formas de organização da sociedade, como é a democracia participativa e protagônica, que abre as portas do poder de forma eqüitativa às amplas maiorias da sociedade, rompendo o modelo de elites do tipo representativo, que havia funcionado como única alternativa democrática.

Entre os governos progressistas e os movimentos sociais, cria-se uma interação dialética de coincidências e de contradições; a primeira se produz quando a oposição busca sabotar e acabar com o processo político, o que gera uma reação que implicam medida s de forma conjunta entre governo e povo, aprofundando as mudanças alcançadas; a segunda é produto da sabotagem à revolução por parte da burocracia e a corrupção, entre outros, situação que obriga a mobilização popular para deter esses fatores de desestabilização próprios do processo de mudança.

A maioria desses movimentos está estreitamente ligada aos governos progressistas, ambos jogam um papel fundamental na implementação e defesa das políticas de transferência de poder ao povo, com o objetivo de que este último assuma em definitivo a hegemonia dos processos revolucionários.

Omar L. de Barros Filho forma parte de la red de Traductores Tlaxcala.

 

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